Cisternas ajudam famílias no semi-árido


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Todos os estados nordestinos, além de Minas Gerais e do Espírito Santo, regiões abrangidas pelo semi-árido brasileiro, deverão concluir até o fim do ano seus planos estaduais de combate às mudanças do clima. O trabalho foi feito com recursos caseiros, repasses de uma série de ministérios e outros órgãos ligados ao governo federal e doações estrangeiras.


Conforme o coordenador do Programa Nacional de Combate à Desertificação, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), José Roberto Lima, em seguida serão exigidos mais recursos para que os estados transformem seus planos em realidade. Cerca de R$ 19 milhões em emendas parlamentares não devem ser liberados, devido à crise econômica global. Em novembro, os próprios governadores devem entregar planos estaduais ao presidente Lula, nordestino e retirante. Tentativa de sensibilização.“Os estados devem deixar muito claro ao governo federal que medidas tomarão em seus territórios para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e para evitar que a desertificação expulse das regiões secas um enorme contingente de pessoas”, disse.Paralelamente a esses movimentos, o governo está levantando ações em agroecologia, pequena produção, combate à pobreza e outras experiências que podem ser convertidas em políticas públicas. “Como o programa um milhão de cisternas, que começou de forma comunitária e virou ação apoiada pelo governo”, comentou.

Lima também informou que segue a construção do sistema de alerta precoce baseado em modelos matemáticos e imagens de satélite para prever secas extremas e outros eventos ligados ou não às mudanças do clima. O projeto é montado por uma série de organismos ligados ao governo federal, universidades, Fundação Cearense de Meteorologia, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Banco do Nordeste, entre outros. Deve ser lançado em 2010.
“Assim, as políticas públicas poderão incidir antecipadamente sobre determinadas regiões. Por exemplo, se o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) souber um ou dois anos antes sobre uma grande seca, pode direcionar seus investimentos”, disse.

Destacam-se pelo avanço da desertificação no semi-árido regiões como o Cariri, no Ceará e Paraíba, e Cabrobó, em Pernambuco. Atrair cada vez mais olhares nacionais e estrangeiros para essa problemática seria uma forma de angariar apoio social, político e financeiro. O Brasil, no entanto, desistiu de sediar este ano a próxima conferência mundial sobre desertificação das Nações Unidas. O evento acontecerá em solo argentino.

Aldem Bourscheit